Em 7 de setembro de 2016, a empresa norte-americana Liberty Media assumiu formalmente a propriedade da Fórmula 1, com a aquisição, por 746 milhões de dólares, de 18,7% das ações da CVC Capital Partners, acionista da categoria. O grupo pretende comprar, no primeiro semestre do ano que vem, 100% das ações da Delta Topco, empresa-mãe do esporte, tornando-se maior acionista da F1, com cerca de 35,5% das ações. Até a conclusão do acordo, a CVC, que manterá 24,7% das ações, continuará a ser a controladora da Fórmula 1.
Quando o negócio for concluído, a participação de 35,3 por cento da Liberty vai incluir 3,1 por cento do seu fundador, John Malone, e 1,0 por cento por seu presidente e CEO Greg Maffi. E a participação dos acionistas vai se reduzir como se vê abaixo:
CVC: de 38,1% para 24,7%
Waddell & Reed: de 20,5% para 13,3%
LB I Group (Lehman Brothers): de 12,1% para 7,8%
Bambino Holdings: de 8,4% para 5,4%
Norges: de 4,1% para 2,7%
Bernie Ecclestone de 3,3% para 2,1%
Gestor: de 2,8% para 1,8%
Outros: de 10,6% para 6,9% (neste item deve estar incluído 1% da FIA e uma porcentagem não revelada da Ferrari e de Spa)
Na ocasião, o grupo Liberty Media será rebatizado como Formula One Group. Quase Carey, ex-DirecTV e executivo da News Corporation, que continua fazendo parte do quadro da 21st Century, de Rupert Murdoch e também é diretor da Sky, dono da Sky News, é o presidente FOG. Bernie Ecclestone vai continuar conduzindo dia a dia negociações com os circuitos e direitos televisivos, durante de três a cinco anos e deve lucrado com essa venda aproximadamente 300 milhões de libras.
A Liberty Media, de propriedade do empresário John Malone, possui uma série de negócios diversos – da estação de rádio via satélite Sirius XM ao Atlanta Braves, time da liga profissional norte-americana de beisebol.
Por ser uma empresa com ações na Bolsa de Nova York, a nova proprietária da F1 é obrigada a ser transparente, mantendo as autoridades e atuais acionistas a par de todas as atividades. Por isso, durante o anúncio da compra fez a apresentação, em PowerPoint, de um documento chamado “Apresentando o Grupo Fórmula 1”, em que define a categoria, lista fontes de receitas e elenca propósitos da nova empresa na gestão de “um negócio icônico nos esportes”. É o que se pode chamar de um guia para iniciantes para popularizar o esporte no mundo dos negócios norte-americano, que não sabe nada sobre ele.
Definição
- franquia de entretenimento esportivo original
- marca global icônica, construída em 67 de história
- base de fãs e cobertura maciça da mídia internacional
- mais de 400 milhões de telespectadores em nível mundial
- perfil financeiro altamente atraente, com fluxos de receita contratados
Receitas
- promoção de corrida
- taxas para hospedar, abrigar e promover eventos
- contratos com escadas de aumentos automáticos, de 30/35% para 5/10 ou mais anos
- Transmissões
- contratos com aproximadamente 100 emissoras
- contratos de transmissão pela mídia, com reajuste anual
- transmissão ao vivo de todas as corridas, exceto Mônaco
- Publicidade e Patrocínio
- parceiros globais e fornecedores oficiais
- patrocínio com título específico para corrida
- publicidade nas laterais da pista
- Outros
- inclui centro de hospitalidade (Paddock Club), frete, produção de TV e pós-produção, corridas de alimentador
O Liberty Media descreve a F1 como um “modelo de negócio de baixo risco, com contratos de longo prazo”, e destaca os seguintes pontos:
- múltiplos fluxos de receita
- contrapartidas governamentais de alta qualidade
- renovações escalonadas de receitas, com contratos de longo prazo
- cerca de 9.3 bilhões de dólares de receita com contratos de longo prazo, que se estendem até 2026
- obrigações limitadas no âmbito de contratos
negócio não sujeito mudanças, frase frequentemente aplicada nas indústrias de música e jogos , significando que o interesse pela F1 é consistente e não sujeito a moda ou tendências.
Os 9,3 bilhões de dólares se referem aos contratos para a próxima década, sem contar as renovações de acordos e os que possam surgir.
O Liberty Média (ou o Formula One Group), deverá contar com quatro principais parceiros de transmissões (Sky, RTL, RAI Sport e TV Globo), seis parceiros globais de patrocínio (Heineken, Pirelli, Rolex, Tata, UBS e Emiratyes) e quatro outros que dão nome a corridas (Gulf Air, Etihad, Singapore Airlines e Petronas).
Sob o título “A Strategic, Long-Term Owner” (Uma estratégia de longo prazo do proprietário), a empresa aponta a direção do esporte sob sua administração:.
- oportunidade para desenvolver a Formula 1 para o benefício a longo prazo do esporte, seus fãs e acionistas
- ampliar a experiência em mídia, entretenimento, eventos ao vivo e digitais
- aumentar a promoção e comercialização da F1 como esporte e marca
- melhorar a distribuição de conteúdo, especialmente em formato digital
- estabelecer mais ampla gama de parceiros comerciais, incluindo patrocínio
- aumentar o calendário de corridas
- alavancar a experiência do Liberty em eventos ao vivo e monetização digitais
No documento, há sinal claro que a nova direção pretende expandir o calendário atual de 21 corridas, lembrando…
- o sucesso histórico da expansão do calendário de 2016 para 21 eventos
- potenciais oportunidades de corrida em novos mercados atraentes
- aumento das oportunidade comerciais, com o aumento de novos fãs criados pelo aumento das corridas.