Perfil | |
---|---|
Nome |
Nelson Piquet Souto Maior |
País |
Brasil |
Nascimento |
17/08/1952 |
Local |
Rio de Janeiro |
Pais |
Estácio Gonçalves Souto Maior e Clotilde Piquet Souto Maior |
Altura |
1,73 |
Hobby |
Colecionar carros antigos num museu particular em Brasília; fazer trabalhos de carpintaria, em casa |
Residência |
Brasília |
Família |
Tem 7 filhos, de 4 casamentos: Maria Klara (Geraldo Piquet, 1977), Sylvia Tamsma (Nelson Angelo, 1985; Kelly, 1988, e Julia, 1992); Katherine Valentin (Laszlo, 1987) e Viviane de Souza Leão (Pedro Estácio, 1999 e Marco (2000) |
Desempenho | ||||
---|---|---|---|---|
1º GP |
GP da Alemanha – 30/06/1978 Circuito de Hockenheim |
|||
1ª vitória |
GP dos Estados Unidos – 5/10/1980 Circuito de Whatkins |
|||
Última vitória |
GP do Canadá – 2/06/1991 Circuito de Montreal |
|||
Último GP |
GP da Austrália – 3/11/1991 Circuito de Adelaide |
|||
Equipes |
Ensign, McLaren,Brabham, Williams, Lotus e Benetton |
|||
GPs |
204 |
3ºs lugares |
17 | |
Títulos |
1981/83/87 |
4ºs lugares |
18 | |
Vice-campeonato |
1980 |
5ºs lugares |
16 | |
Vitórias |
23 |
6ºs lugares |
7 | |
Pontos |
485,5 |
Voltas na liderança |
1.572 | |
Poles |
24 |
Km na liderança |
7.565 | |
Volta+rápida |
23 |
Acidentes |
30 | |
1ª fila |
44 |
Não classificado |
2 | |
2ºs lugares |
20 |
Abandonos |
86 |
Desempenho
Ano |
Equipe |
Chassi |
Motor |
Corrida |
Pts. |
Pos. |
|||||||||||||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | ||||||
1978 |
Ensign | Ensign N117 |
Cosworth |
ARG |
BRA |
AFC |
EUA |
BEL |
MON |
ESP |
SUE |
FRA |
ING |
ALE ab |
0 |
N/C |
|||||
BSB | McLarenM23 |
AUT ab |
HOL ab |
ITA ab |
EUA |
||||||||||||||||
Parmalat | Brabham BT46 |
Alfa Romeo Flat-12 |
CAN 11º |
||||||||||||||||||
1979 |
Parmalat |
Brabham BT46 |
Alfa Romeo Flat-12 |
ARG ab |
3 |
15º |
|||||||||||||||
Brabham BT48 |
Alfa Romeo V-12 |
BRA ab |
AFS 7º |
EUA 8º |
ESP ab |
BEL ab |
MON ab |
FRAab | INGab | ALE12º | AUTab | HOL4º | ITAab | ||||||||
Brabham BT49 |
Cosworth V8 |
CAN ab |
EUA ab |
||||||||||||||||||
1980 |
Parmalat |
Brabham BT 49 | Cosworth V8 |
ARG 2º |
BRA ab |
RFS 4º |
EUA 1º |
BEL ab |
MON 3º |
FRA 4º |
ING 2º |
ALE 4º |
AUT 5º |
HOL 1º |
ITA 1º |
CAN ab |
EUA ab |
54 | 2º | ||
1981 |
Parmalat |
Brabham BT49C |
Cosworth V8 |
EUA 3º |
BRA 12º |
ARG 1º |
SMR 1º |
BEL ab |
MON ab |
ESP ab |
FRA 3º |
ING ab |
ALE1º | AUT3º | HOL2º |
ITA 6º |
CAN 5º |
CPL 5º |
50 | 1º | |
1982 |
Parmalat |
Brabham BT50 |
BMW S4 turbinado |
AFS ab |
BEL 5º |
MON ab |
DET dsq |
CAN 1º |
HOL 2º |
ING ab |
FRA ab |
ALE ab |
AUT ab |
SUI 4º |
ITA ab |
CPL ab |
20 |
11º |
|||
Brabham BT49D |
Cosworth V8 |
BRA des |
EUA ab |
SMR | |||||||||||||||||
1983 |
Fila Sport |
Brabham BT52 |
BMW S4 turbinado |
BRA 1º |
EUA ab |
FRA 2º |
SMR ab |
MON 2º |
BEL 4º |
DET 4º |
CAN ab |
59 |
1º |
||||||||
Brabham BT52B |
ING 2º |
ALE 13º |
AUT 3º |
HOL ab |
ITA 1º |
EUR 1º |
AFS 3º |
||||||||||||||
1984 |
MRD Int. |
Brabham BT53 |
BMW S4 turbinado |
BRA ab |
AFS ab |
BEL 9º |
SMR ab |
FRA ab |
MON ab |
CAN 1º |
DET 1º |
DAL ab |
ING 7º |
ALE ab |
AUT 2º |
HOL ab |
ITA ab |
EUR 3º |
POR 6º |
29 | 5º |
1985 | Motor Racing | Brabham BT54 | BMW S4turbinado |
BRA ab |
POR ab |
SMR 8º |
MON ab |
CAN ab |
DET 6º |
FRA 1º |
ING 4º |
ALE ab |
AUT ab |
HOL 8º |
ITA 2º |
BEL 5º |
EUR ab |
AFS ab |
AUS ab |
21 | 8º |
1986 |
Williams |
Williams FW11 |
Honda v6 turb. |
BRA 1º |
ESP ab |
SMR 2º |
MON 7º |
BEL ab |
CAN 3º |
DET ab |
FRA 3º |
ING 2º |
ALE 1º |
HUN 1º |
AUT ab |
ITA 1º |
POR 3º |
MEX 4º |
AUS 2º |
69 | 3º |
1987 |
Williams |
Williams FW11B |
Honda V6 turb. |
BRA 2º |
SMR dns |
BEL ab |
MON 2º |
DET 2º |
FRA 2º |
ING 2º |
ALE 1º |
HUN 1º |
AUT 2º |
ITA 1º |
POR 3º |
ESP 4º |
MEX 2º |
JAP 15º |
AUS ab |
73 | 1º |
1988 |
Lotus |
Lotus 100T |
Honda V6 |
BRA 3º |
SMR 3º |
MON ab |
MEX ab |
CAN 4º |
DET ab |
FRA 5º |
ING 5º |
ALE ab |
HUN 8º |
BEL 4º |
ITA ab |
POR ab |
ESP 8º |
JAP ab |
AUS 3º |
22 | 6º |
1989 |
Lotus |
Lotus 101 |
Judd V8 |
BRA ab |
SMR ab |
MON ab |
MEX 11º |
EUA ab |
CAN 4º |
FRA 8º |
ING 4º |
ALE 5º |
HUN 6º |
BEL des |
ITA ab |
POR ab |
ESP 8º |
JAP 4º |
AUS ab |
12 | 8º |
1990 |
Benetton |
Benetton B189B |
Ford V8 |
EUA 4º |
BRA 6º |
43 |
3º |
||||||||||||||
Benetton B190 |
SMR5º | MONdes | CAN2º | MEX6º | FRA4º | ING5º | ALEab | HUN3º | BEL5º | ITA7º | POR5º | ESPab | JAP1º | AUS1º | |||||||
1991 |
Benetton |
Benetton B190B |
Ford V8 |
EUA 3º |
BRA 5º |
26,5 |
6º |
||||||||||||||
Benetton B191 |
SMR ab |
MON ab |
CAN 1° |
MEX ab |
FRA 8º |
ING 5º |
ALE ab |
HUN ab |
BEL 3º |
ITA 6º |
POR 5º |
ESP 11º |
JAP 7º |
AUS 4º |
Nelson Piquet Souto Maior nasceu no Rio de Janeiro, a 17 de agosto de 1952, mas mora em Brasília desde a inauguração da cidade, em 1960. Seu pai, o médico pernambucano, Estácio Souto Maior, já falecido, foi deputado federal e ministro da Saúde do governo João (Jango) Goulart .
Entre a engenharia, o tênis (com apoio do pai) e o automobilismo, Piquet hesitou bastante. Durante os seis meses que passou na Acalanes High School, de Atlanta, nos Estados Unidos, com uma bolsa de estudos dada pelo pai, chegou a ser premiado como tenista. Mas, desde os 14 anos, curtia as competições de kart e ganhou o direito de competir, após vencer o pai em uma partida de tênis em cinco sets, no circuito de rua do Pelezão, traçado urbano de Brasília.
O interesse pelo automobilismo o levou a batalhar e conseguir emprego na Camber, oficina mecânica de Alex Dias Ribeiro, como encarregado do almoxarifado. Da seção de peças, passou para o escritório e, posteriormente, ao seu objetivo, o departamento de motores.
Uma das façanhas que revela dessa época foi a reconstrução de um Volkswagen, para competir na Divisão 3, classe A. Com esse “Patinho Feio”, como ele o chamava, conseguiu vencer sete das oito baterias do Campeonato de Protótipos Nacionais, Copa Planalto.
Até estrear na antiga Super Vê, no ano do lançamento da categoria, em 1974, Piquet recuperou e adaptou carros para competir. Antes, foi campeão brasiliense de kart, em 1971, e da Divisão 4, em 1972.
Com a ajuda de amigos, entre eles Roberto Pupo Moreno, seu início nas pistas foi árduo, às escondidas da família. Daí usar o sobrenome materno e, esmo assim, com outra grafia: PIket.
Em 1976, tornou-se campeão Paulista e Brasileiro da Fórmula Super Vê. Em 1977, tomou o rumo da Europa e da Fórmula 3. No ano seguinte participou dos campeonatos ingleses de F3, na qual foi campeão do BP por antecipação e estabeleceu o recorde de sete vitórias consecutivas.
Ainda em 1978, realizou seu primeiro teste com um F1, o McLaren M23, em Silverstone, e estreou na categoria em julho, no GP da Alemanha, com um Ensign. Correu mais três provas pela McLaren e estreou na Brabham no GP do Canadá.
Piquet permaneceu na Brabham até 1985. Em 1980, na sua segunda temporada completa na F1, foi vice-campeão mundial e venceu pela primeira vez um Grande Prêmio, o dos Estados Unidos.
Em 1981, com seu Brabham Ford, conquistou o Campeonato Mundial em uma histírca disputa com o argentino Carlos (El Lole) Reutemann, vencida por apenas um ponto de diferença, 50 a 49.
Conquistando o bicampeonato em 83, com o Brabahm Turbo, Piquet foi o primeiro campeão da história com esse tipo de motor, derrotando os franceses Alain Prost e René Arnoux. Os título, de 81 e 83, têm um ponto em comum. Piquet chegou em desvantagem até a última corrida de cada temporada, revertendo a situação na última hora.
Em 1987, já na Williams, equipada com motores Honda turbo, Piquet torna-se campeão pela terceira vez, após um duelo dentro e fora das pistas. Nas pistas, contra o “Leão” Nigel Mansell, e fora dela, contra a própria escuderia, nitidamente favorável ao britânico.
Apesar das intrigas e pressões internas, tendo muitas vezes que confidenciar ajustes no carro apenas para alguns pilotos, a justiça foi estabelecida: foi um tri para inglês ver. Para a vingança ser completa, faltou apenas vencer, como desejava, Mansell na penúltima etapa, o GP do Japão. E só não conseguiu porque o inglês sofreu um acidente durante os treinos e não participou daquela prova decisiva.
Depois de uma frustrante passagem pela decadente Lótus nos anos de 99 e 89, Piquet ingressou na Benetton, onde correu as suas duas últimas temporadas de 90 e 91. e conquistou os seus últimos três triunfos.
Piquet correu 204 GPs, em 14 campeonatos, de 78 a 91, obtendo 485,5 pontos, 60 pódios, 23 melhores voltas, 44 largadas na primeira fila, 24 poles, 23 vitórias e liderança em 1.572 voltas.
Suas grandes vitórias na F1 foram o GP dos Estados Unidos, em 1980, por ser a primeira; o GP da Hungria, em 87, por ser de fundamental importância rumo ao tri; em Adelaide, no GP da Austrália, por ser 0 550° da história da F1, e os GPs do Brasil de 83 e 90, por estar em sua país de origem.
Outras vitórias que também marcaram a sua carreira foram o GP da Itália, em 80; o dos EUA, de 84 e o GP da Argentina, de 81, quando venceu Reutemman, que havia vencido o GP do Brasil na prova anterior.
Curiosamente, sua vitória mais difícil aconteceu no GP do Brasil, em 1982, quando chegou “morto” ao fim da prova, desmaiando logo ao ser retirado de sua Brabham. E todo o sacrifício foi em vão, pois acabou desclassificado porque seu carro pesou menos que o limite mínimo de 580kg.
Campeão da irreverência, Nelson Piquet sempre foi uma pessoa autentica. Língua ferina, solta e afiada.
Sobre Rosanne, a mulher de seu arquiinimigo Mansell:
“O Mansell tem as duas mulheres mais feias da F1.
Duas, mas como? Não vá me dizer que Nigel arrumou uma amante.
Nada disso. É que ele mandou construir uma estátua da mulher dele no fundo do quintal. Agora, ficou com as duas mais feias.”
Certa vez, confundiram Piquet com um marxista e perguntaram a ele qual a opinião que tinha sobre Karl Marx:
“Ele entendia pouco de pistões e suspensões”.
Com insistência, perguntaram-lhe sobre os filósofos e Aristóteles:
“A nível pratico, Platão e Aristóteles não servem para nada. Os filósofos não me ajudam a conseguir bons contratos”.
Ainda sobre Mansell e sem poupar críticas à Williams:
“Trouxe dez anos de experiência na Fórmula 1 para esta e em troca recebi Mansell…”
Após seu triunfo no GP da Alemanha, em 1986, questionado sobre a quem dedicaria vitória:
“Dedico esta vitória a mim mesmo.”
Sobre Clay Regazzoni no final da temporada de 1979:
“Não atrapalho ninguém em treinos ou corridas, ou melhor, só o Regazzoni. A esse eu faço questão de dar o troco. Meu consolo é que na próxima vez vou estar num bom carro e ele na bicheira..”
Mais, a respeito de Mansell, que o acusava de ter tentado tirá-lo do GP do México, em 1987:
“Olha, eu sou profissional. Se eu quisesse mesmo tirar você da corrida, você ia ver o que acontecia. Aliás, você vai acabar vendo mesmo, pois ainda faltam duas provas. Aguarde”.
“Claro que estou feliz ao subir pela primeira vez num pódio da F1. Até porque hoje, meu carro esteve uma merda…”, declarou ao obter seu primeiro segundo lugar, no GP da Argentina, 1980.
Sobre seu “afeto” Senna:
“Senna está sumido do noticiário para não ter que explicar por que não gosta de mulher.”
Ou:
“Não costumo ler jornais e gasto meu tempo livre longe do automobilismo. Não sou como o Senna”.
Depois de seu primeiro título de campeão mundial, após o GP de Las Vegas, em 1981, o argentino Carlos Reutemann, dramaticamente derrotado por Piquet, afirmou:
“E pensar que o atual campeão é aquele garoto que em 74, no Brasil, limpava as rodas do meu Brabham”.
No início de sua carreira, na década de 1970, para uma corrida de classe Turismo, em Goiânia, pegou o carro da irmã, com a desculpa que iria trocar o óleo e voltou para casa com a taça de primeiro lugar na Classe A. De outra vez, a vítima foi a mãe do ex-patrão, Alex Dias Ribeiro. Piquet apanhou o Wolkswagen dela, que estava aos seus cuidados na garagem da firma, e venceu uma corrida em Belo Horizonte.
Certa vez, nos tempos do kart, botou fogo na tribuna de honra do kartodromo de Goiânia, com o governador do Estado presente, depois que o jogaram pra fora da pista três vezes. E lembra com raiva a surra que levou dos pilotos locais, depois dessa atitude.
Na Hungria, em 1987, ao perceber que seu Williams era muito comprido e, portanto, mais lento nas curvas de alta velocidade, determinou o encurtamento em duas polegadas entre os eixos. Mas só pediu a alteração depois do warm-up, quando não daria mais tempo para o companheiro de equipe, Nigel Mansell, copiar a mudança. Resultado: deixou a máquina mais rápida e ganhou a prova. Não é à toa que Piquet foi considerado um dos grandes acertadores de carro da F1.
Em fins de 1985, os chefões de equipe Ron Dennis, da McLaren, e Bernie Ecclestone, da Brabham, apostaram 10 mil dólares sobre qual das duas equipes ficaria com Piquet na temporada seguinte. Ficaram empatados no ridículo, pois Nelson assinou com a Williams.
Algumas historias são veementemente negadas por Piquet, como por exemplo a de que, durante o treino de classificação do GP de Mônaco de 1981, tenha cometido sabotagem. Depois de cravar o tempo da pole position, teria voltado sorrateiramente para a pista, com o propósito de derramar óleo no traçado e impedir que os adversários superassem seu tempo.
“Quando eu ainda era moleque, toda vez que ria muito, acabava chorando, então pensava: o que adianta a gente ficar contente se logo fica triste? Agora, penso quando é que as coisas ruins vão acontecer comigo, se até aqui tudo foi tão bem? Enquanto eu tiver um carro competitivo, com chances de andar entre os seis primeiros, estarei feliz. No dia em que, por ventura, entrara em uma corrida sabendo que não terei chance de lutar pela vitória, será o fim para mim. Ai eu paro. Fim”. Isso é Nelson Piquet, no prefácio do livro “Mais que vencedor”, de Alex Dias Ribeiro.
Jamais se fará um perfil fiel de Nelson Piquet pelas opiniões de seus amigos ou adversários. Quem o ama ou admira, coloca as qualidades de piloto acima do seu temperamento de homem fechado e controvertido. Os que o detestam, ou o invejam, têm de se curvar à sua técnica magnífica nas pistas, mas não poupam suas atitudes pouco educadas e sempre sinceras fora dela.
Na verdade, Piquet jamais correu para as arquibancadas:
“Não estou na Fórmula 1 ´para fazer amigos”, disse depois da vitória no GP da Itália, em 1987. “Aqui, todo mundo é inimigo”. E sempre foi assim ao longo de sua carreira: colecionou vitórias, antipatias, títulos e inimizades.
Na Super V~e, a primeira fórmula de que participou, brigou nas pistas e nos boxes com Hingo Hoffmann e Chiquinho Lameirão. Na F3 inglesa, os conflitos e triunfos vieram de desafios contra Chico Serra e Derek Warwick.
Quando se tornou grande na F1, ao lado de Niki Lauda, na Brabham, em 1980, chegou ao pódio dando um chega pra lá em muita gente famosa. A primeira rusga foi com o australiano Alan Jones, com quem chegou junto na disputa do título no GP do Canadá de 1980. Jones, então o primeiro piloto da Williams, acabou campeão, mas sofreu com a determinação do brasileiro. Não tolerava o topete daquele garoto atrevido que, aos 27 anos, teimava em ser o melhor do mundo. “Ele é apressado e suicida”, acusava Jones.
O mau humor de Nelson Piquet atinge mais de 300 km/h, caso tentem invadir sua vida particular. O zelo pela privacidade o torna intratável. Detesta falar sobre seu primeiro e frustrado casamento com Maria Clara, conhecida por Cacala. Odeia justificar porque deu o nome de Geraldo Piquet ao seu primeiro filho: ”Até hoje me enchem o saco para saber se suprimi o Souto Maior do sobrenome para o Gegê ter as iniciais de Grande Prêmio. Ora, o filho é meu”.
Rico, famoso e polêmico, Piquet soube unir e separar com habilidade a imagem de ídolo da do homem . vivendo, nos dois casos, a plenitude se seus prazeres. Teve tantos casamentos quanto equipes. Ganhou milhões de dólares, comprou alguns “brinquedinhos”, como avião, helicóptero e iate, mas preferiu a F1 para satisfazer emoções mais fortes. No amor, Maria Clara, Manoela, Silvia, Catherine e Ana Cristina encheram a vida do “Homem”.
Mesmo os momentos cruciais _ quando estava internado no Hospital Metodista de Indianápolis, devido ao gravíssimo acidente sofrido nos treinos para as 500 milhas , em 1992 _ não afetaram seu humor: “Ainda posso ser bailarino”, disse ao filho Geraldo, no intervalo de uma das cirurgias no pé esquerdo, a parte mais afetada no acidente.
Piquet sempre minimizou as infelicidades da pista. Nunca se queixou, ao menos publicamente, das seqüelas que ficaram por algum tempo, após sério acidente em Imola, quando bateu seu Williams contra o muro da temida curva de Tamburello, a mesma que vitimou fatalmente Senna, a 270 km/h.
Por meses, ele não conseguia dormir mais do que quatro horas por noite, bem menos que as dez horas habituais. Foi nesse período que, num raro lampejo de reflexão, admitiu os riscos da profissão:
“Um piloto não vive os seus melhores momentos nas vitórias, mas sim quando escapa ileso de uma porrada”.
Ano |
Equipe |
Chassi |
Motor |
Corrida |
Pts. |
Pos. |
|||||||||||||||
|
|
|
|
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
11 |
12 |
13 |
14 |
15 |
16 |
|
|
1978 |
Ensign |
Ensign N117 |
Cosworth |
ARG |
BRA |
AFC |
EUA |
BEL |
MON |
ESP |
SUE |
FRA |
ING |
ALE ab |
|
0 |
N/C |
||||
BSB |
McLaren M23 |
|
AUT ab |
HOL ab |
ITA ab |
EUA |
|
||||||||||||||
Parmalat |
Brabham BT46 |
Alfa Romeo Flat-12 |
|
CAN 11º |
|||||||||||||||||
1979 |
Parmalat |
Brabham BT46 |
Alfa Romeo Flat-12 |
ARG ab |
|
3 |
15º |
||||||||||||||
Brabham BT48 |
Alfa Romeo V-12 |
|
BRA ab |
AFS 7º |
EUA 8º |
ESP ab |
BEL ab |
MON ab |
FRA ab |
ING ab |
ALE 12º |
AUT ab |
HOL 4º |
ITA ab |
|
|
|
||||
Brabham BT49 |
Cosworth V8 |
|
CAN ab |
EUA ab |
|
||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||
1980 |
Parmalat |
Brabham BT 49 |
Cosworth V8 |
ARG 2º |
BRA ab |
RFS 4º |
EUA 1º |
BEL ab |
MON 3º |
FRA 4º |
ING 2º |
ALE 4º |
AUT 5º |
HOL 1º |
ITA 1º |
CAN ab |
EUA ab |
|
54 |
2º |
|
|
|||||||||||||||||||||
1981 |
Parmalat |
Brabham BT49C |
Cosworth V8 |
EUA 3º |
BRA 12º |
ARG 1º |
SMR 1º |
BEL ab |
MON ab |
ESP ab |
FRA 3º |
ING ab |
ALE 1º |
AUT 3º |
HOL 2º |
ITA 6º |
CAN 5º |
CPL 5º |
|
50 |
1º |
|
|||||||||||||||||||||
1982 |
Parmalat |
Brabham BT50 |
BMW S4 turbinado |
AFS ab |
|
BEL 5º |
MON ab |
DET dsq |
CAN 1º |
HOL 2º |
ING ab |
FRA ab |
ALE ab |
AUT ab |
SUI 4º |
ITA ab |
CPL ab |
20 |
11º |
||
Brabham BT49D |
Cosworth V8 |
|
BRA des |
EUA ab |
SMR |
|
|||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||
1983 |
Fila Sport |
Brabham BT52 |
BMW S4 turbinado |
BRA 1º |
EUA ab |
FRA 2º |
SMR ab |
MON 2º |
BEL 4º |
DET 4º |
CAN ab |
|
59 |
1º |
|||||||
Brabham BT52B |
|
ING 2º |
ALE 13º |
AUT 3º |
HOL ab |
ITA 1º |
EUR 1º |
AFS 3º |
|
||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||
1984 |
MRD Int. |
Brabham BT53 |
BMW S4 turbinado |
BRA ab |
AFS ab |
BEL 9º |
SMR ab |
FRA ab |
MON ab |
CAN 1º |
DET 1º |
DAL ab |
ING 7º |
ALE ab |
AUT 2º |
HOL ab |
ITA ab |
EUR 3º |
POR 6º |
29 |
5º |
|
|||||||||||||||||||||
1985 |
Motor Racing |
Brabham BT54 |
BMW S4 turbinado |
BRA ab |
POR ab |
SMR 8º |
MON ab |
CAN ab |
DET 6º |
FRA 1º |
ING 4º |
ALE ab |
AUT ab |
HOL 8º |
ITA 2º |
BEL 5º |
EUR ab |
AFS ab |
AUS ab |
21 |
8º |
|
|||||||||||||||||||||
1986 |
Williams |
Williams FW11 |
Honda v6 turb. |
BRA 1º |
ESP ab |
SMR 2º |
MON 7º |
BEL ab |
CAN 3º |
DET ab |
FRA 3º |
ING 2º |
ALE 1º |
HUN 1º |
AUT ab |
ITA 1º |
POR 3º |
MEX 4º |
AUS 2º |
69 |
3º |
|
|||||||||||||||||||||
1987 |
Williams |
Williams FW11B |
Honda V6 turb. |
BRA 2º |
SMR dns |
BEL ab |
MON 2º |
DET 2º |
FRA 2º |
ING 2º |
ALE 1º |
HUN 1º |
AUT 2º |
ITA 1º |
POR 3º |
ESP 4º |
MEX 2º |
JAP 15º |
AUS ab |
73 |
1º |
|
|||||||||||||||||||||
1988 |
Lotus |
Lotus 100T |
Honda V6 |
BRA 3º |
SMR 3º |
MON ab |
MEX ab |
CAN 4º |
DET ab |
FRA 5º |
ING 5º |
ALE ab |
HUN 8º |
BEL 4º |
ITA ab |
POR ab |
ESP 8º |
JAP ab |
AUS 3º |
22 |
6º |
1989 |
Lotus |
Lotus 101 |
Judd V8 |
BRA ab |
SMR ab |
MON ab |
MEX 11º |
EUA ab |
CAN 4º |
FRA 8º |
ING 4º |
ALE 5º |
HUN 6º |
BEL des |
ITA ab |
POR ab |
ESP 8º |
JAP 4º |
AUS ab |
12 |
8º |
|
|||||||||||||||||||||
1990 |
Benetton |
Benetton B189B |
Ford V8 |
EUA 4º |
BRA 6º |
|
43 |
3º |
|||||||||||||
Benetton B190 |
|
SMR 5º |
MON des |
CAN 2º |
MEX 6º |
FRA 4º |
ING 5º |
ALE ab |
HUN 3º |
BEL 5º |
ITA 7º |
POR 5º |
ESP ab |
JAP 1º |
AUS 1º |
||||||
|
|||||||||||||||||||||
1991 |
Benetton |
Benetton B190B |
Ford V8 |
EUA 3º |
BRA 5º |
|
26,5 |
6º |
|||||||||||||
Benetton B191 |
|
SMR ab |
MON ab |
CAN 1° |
MEX ab |
FRA 8º |
ING 5º |
ALE ab |
HUN ab |
BEL 3º |
ITA 6º |
POR 5º |
ESP 11º |
JAP 7º |
AUS 4º |